Postado por Dra. Paula Vieira
A decisão de realizar uma laqueadura geralmente é tomada em um momento de convicção. No entanto, a vida muda, e com ela os planos e os desejos também. Muitas mulheres, anos após se submeterem à esterilização, voltam a desejar uma nova gestação. Mas será que a reversão de laqueadura vale a pena? A Dra. Paula Vieira, especialista em reprodução humana com altas taxas de sucesso e atendimento humanizado, responde com base na ciência e na experiência clínica.
A reversão de laqueadura é uma cirurgia que tenta religar as trompas de Falópio previamente interrompidas. A técnica utilizada pode ser por laparoscopia ou microcirurgia, visando restaurar a continuidade das trompas e permitir uma nova gestação natural. Apesar de tecnicamente possível, a cirurgia nem sempre é indicada.
A idade materna é o fator prognóstico mais determinante na reversão de laqueadura. A partir dos 35 anos, a reserva ovariana - avaliada por contagem de folículos antrais (AFC) ou dosagem de AMH - tende a declinar de forma acelerada. Pacientes abaixo de 37 anos mantêm melhor qualidade e quantidade de óvulos, o que aumenta a probabilidade de gravidez espontânea após reanastomose tubária. Em geral, considera-se margem aceitável de AMH ≥1,0 ng/mL e AFC ≥5 para indicar reversão, desde que não existam outros fatores de infertilidade .
O tempo decorrido entre a laqueadura e o procedimento de reversão impacta diretamente a viabilidade tubária. Após cerca de uma década, o risco de aderências e fibrose aumenta, reduzindo o comprimento funcional da trompa e a chance de perviedade completa. Estudos de reversão de vasectomia mostram queda acentuada na taxa de sucesso quando o intervalo ultrapassa cinco anos, e o mesmo princípio se aplica às trompas: quanto menor o intervalo, maior a probabilidade de recanalização bem-sucedida e menor a formação de anticorpos ou danos secundários aos epitélios tubários .
Para que a reanastomose seja eficaz, é essencial que o segmento tubário preservado tenha comprimento mínimo de 4–6 cm e histologia íntegra, sem áreas de isquemia ou atresia. A histerossalpingografia e a videolaparoscopia pré-operatórias avaliam:
Perviedade proximal e distal;
Ausência de hidrossalpinge ou estenoses segmentares;
Tecidos adequados para anastomose sem tensão.
Trompas muito encurtadas ou com fimbriectomia completa quase sempre contraindicam a reversão, direcionando para fertilização in vitro .
Mesmo com trompas restauradas, condições concomitantes podem impedir a gestação natural. Endometriose em estágio III-IV, miomas submucosos, aderências pélvicas extensas ou alterações seminais significativas devem ser investigados e, se presentes, tratados antes de considerar reanastomose. Quando essas causas absolutas de infertilidade não são excluídas, a probabilidade de sucesso cirúrgico cai drasticamente, favorecendo diretamente a indicação de FIV .
Um dos maiores benefícios da reversão de laqueadura é possibilitar gestações subsequentes sem novos tratamentos invasivos. Para casais que desejam mais de um filho, a recanalização tubária oferece a chance de tentativas espontâneas mensais, sem custo adicional de protocolos de estimulação ou laboratórios. Assim, para mulheres jovens com bom prognóstico tubário, optar pela reversão pode ser não apenas mais econômico no longo prazo, mas também mais natural e menos desgastante emocionalmente.
As chances de sucesso da reversão variam entre 30% e 60%, dependendo de:
Idade da paciente: quanto mais jovem, maior a taxa de gravidez
Técnica utilizada na laqueadura original: fimbriectomias (remoção total das trompas) não são reversíveis
Presença de aderências ou lesões tubárias
Comprimento restante das trompas: menos de 4 cm reduz drasticamente a chance de sucesso
Em muitos casos, a Fertilização in Vitro (FIV) é a melhor escolha. O procedimento não depende das trompas, pois os óvulos são fecundados em laboratório e os embriões transferidos diretamente ao útero.
Para pacientes com idade materna acima de 37 anos apresentam declínio significativo da qualidade e quantidade de oócitos, elevando a chance de embriões aneuploides e reduzindo a probabilidade de gravidez espontânea mesmo após reanastomose tubária .
Trompas muito danificadas ou ausentes - por fimbriectomia ou aderências extensas - comprometem a recanalização e a perviedade completa, tornando o acesso natural inviável.
Mulheres que já realizaram tentativa de reversão sem sucesso ou que apresentam outros fatores de infertilidade associados, como endometriose avançada ou baixa reserva ovariana (AMH < 1,0 ng/mL; AFC < 5), têm indicativo claro para FIV, pois o procedimento contorna as alterações tubárias e condutas clínicas anteriores sem expor ao desgaste de novas cirurgias.
A FIV elimina a necessidade de nova cirurgia abdominal ou pélvica, reduzindo riscos de infecção, hemorragia e formação adicional de aderências, além de ser realizada em ciclos programados que permitem estimar prazos para obtenção de embriões e transferência .
Em pacientes com boa reserva ovariana, as chances de gravidez podem superar 60% em uma única transferência, especialmente em mulheres abaixo de 35 anos, e mesmo em faixa etária avançada mantêm taxas superiores às da reversão .
O controle fino do número de embriões transferidos permite reduzir riscos de gravidez múltipla, e a possibilidade de teste genético pré-implantacional para aneuploidias (PGT-A) aumenta a probabilidade de implantação de embriões saudáveis, reduzindo em mais de 95% o risco de transmissão de alterações cromossômicas.
Isso otimiza o tempo até a gestação e, apesar de envolver custos de laboratório, pode ser mais eficiente e menos desgastante do que múltiplas cirurgias ou tentativas de reversão tubária.
A escolha entre reversão e FIV deve ser feita com base em avaliação individualizada. Na prática, mulheres jovens, com boas trompas e sem outros fatores de infertilidade, podem considerar a reversão. Mas, para a maioria das pacientes, a FIV é mais rápida, segura e eficaz.
Reversão de laqueadura: varia entre R$ 10.000 e R$ 18.000, sem garantia de gravidez
FIV: entre R$ 18.000 e R$ 28.000 por ciclo, com maiores taxas de sucesso
Na clínica da Dra. Paula Vieira, cada paciente recebe uma avaliação detalhada para traçar o plano mais adequado ao seu perfil.
Referência em medicina reprodutiva no Brasil, a Dra. Paula Vieira oferece um cuidado completo: diagnóstico preciso, tecnologia de ponta e acolhimento humano em todas as etapas da jornada reprodutiva. A escolha entre reversão ou FIV é discutida com clareza, com base em exames e no sonho de cada mulher.
Quer saber qual o melhor caminho para você? Agende uma consulta com a Dra. Paula Vieira e receba um plano sob medida para realizar seu sonho de ser mãe novamente.
IMPORTANTE: Somente médicos devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. Agende uma consulta para maiores informações.
DRA. PAULA VIEIRA
Dra. Paula Vieira é uma ginecologista especialista em fertilidade que valoriza confiança e informação. Sua abordagem leve e acolhedora transforma consultas em ambientes agradáveis.
CRM 129376-SP - RQE 69318
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