Postado por Dra. Paula Vieira
Quando falamos sobre fertilização in vitro (FIV), é comum que os pacientes imaginem apenas os aspectos médicos do tratamento: exames, medicamentos, procedimentos laboratoriais e transferência de embriões. No entanto, ao longo da minha experiência em reprodução humana, percebo que um ponto essencial muitas vezes é esquecido: o estilo de vida.
Alimentação, sono, estresse, peso corporal, tabagismo e até o nível de atividade física podem influenciar positiva ou negativamente os resultados da FIV. Não se trata de pequenos detalhes, mas de fatores que podem determinar a qualidade dos óvulos, dos espermatozoides, do endométrio e até mesmo a taxa de implantação embrionária.
Neste artigo, quero compartilhar de forma clara e acolhedora o que pode aumentar ou reduzir suas chances de sucesso na fertilização in vitro, com base em evidências científicas e na minha prática clínica.
O corpo humano responde diariamente às escolhas que fazemos. Dormir bem, alimentar-se de forma equilibrada e reduzir o estresse, por exemplo, refletem diretamente no equilíbrio hormonal. Da mesma forma, tabagismo, consumo excessivo de álcool, sedentarismo e obesidade podem comprometer a saúde reprodutiva.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) e protocolos nacionais reforçam que a idade materna é um dos principais fatores de sucesso em tratamentos de reprodução assistida. Mas a ciência mostra que, independentemente da idade, hábitos saudáveis podem potencializar os resultados da FIV e melhorar as taxas de gravidez.
O índice de massa corporal (IMC) é um dos parâmetros que avaliamos antes de iniciar um tratamento de reprodução assistida. Tanto a obesidade quanto o baixo peso podem interferir:
Obesidade: está associada à alteração na ovulação, à menor resposta ovariana durante a estimulação e à redução da receptividade endometrial. Além disso, aumenta riscos obstétricos e perinatais. Protocolos públicos de FIV no Brasil recomendam que o tratamento só seja realizado quando o IMC for inferior a 30 kg/m².
Baixo peso: também pode comprometer a função reprodutiva, levando a ciclos menstruais irregulares e menor reserva energética para uma gestação saudável.
O ideal é buscar um equilíbrio, com acompanhamento médico e nutricional.
O cigarro é um dos grandes inimigos da fertilidade. Ele reduz a reserva ovariana, acelera a perda de óvulos e prejudica a qualidade embrionária. Nos homens, o tabagismo está relacionado à redução da concentração, motilidade e morfologia dos espermatozoides.
O álcool, quando consumido em excesso, pode alterar os níveis hormonais, impactar a produção de espermatozoides e reduzir a receptividade uterina. Embora não exista consenso sobre doses seguras, o mais recomendado é evitar completamente o consumo durante o tratamento de FIV.
A infertilidade, por si só, já é uma situação de carga emocional intensa. O estresse crônico pode levar à produção excessiva de cortisol, hormônio que altera o equilíbrio reprodutivo.
Na minha prática clínica, vejo como o acompanhamento psicológico pode ser transformador. Ele ajuda a lidar com a ansiedade, reduz o impacto emocional das falhas e fortalece o vínculo do casal durante o processo.
Dormir bem é essencial para a regulação hormonal. A privação de sono afeta diretamente o eixo hipotálamo-hipófise, responsável pela liberação de hormônios reprodutivos.
Estudos mostram que pacientes que dormem menos de 6 horas por noite apresentam menor taxa de sucesso em tratamentos de reprodução assistida. Por isso, recomendo que meus pacientes mantenham uma rotina de sono regular, de preferência entre 7 e 8 horas por noite.
A alimentação é uma das áreas em que mais podemos atuar de forma positiva. Nutrientes específicos ajudam a melhorar a qualidade dos gametas e dos embriões:
Ácido fólico: essencial para a formação embrionária.
Antioxidantes (vitamina C, vitamina E, zinco, selênio): combatem o estresse oxidativo, um dos fatores que prejudicam óvulos e espermatozoides.
Ômega-3: contribui para a saúde celular e a receptividade endometrial.
Dietas restritivas ou ricas em ultraprocessados podem prejudicar a fertilidade. A melhor estratégia é apostar em uma alimentação equilibrada e, quando necessário, associar suplementação prescrita por especialistas.
A prática de exercícios moderados melhora a circulação, ajuda a controlar o peso e regula os hormônios. Atividades como caminhada, yoga e pilates podem ser grandes aliados durante o tratamento.
Por outro lado, exercícios intensos e de alto impacto podem desregular o ciclo menstrual, comprometer a ovulação e até prejudicar a implantação embrionária. A recomendação é encontrar equilíbrio, com orientação profissional.
Além do ácido fólico, em alguns casos é indicado o uso de vitaminas antioxidantes e vitamina D, sempre após avaliação médica. Vale lembrar que a automedicação pode ser prejudicial, pois cada organismo tem necessidades específicas.
Durante o processo de reprodução assistida, oriento meus pacientes a evitar:
Automedicação, que pode comprometer a resposta hormonal;
Exposição a substâncias tóxicas, como pesticidas e solventes;
Excesso de cafeína, que pode aumentar a ansiedade e prejudicar o sono.
Acredito que o sucesso da FIV não depende apenas do laboratório e da técnica, mas de um cuidado integral. Por isso, no meu acompanhamento incluo não apenas a parte médica, mas também orientações nutricionais, psicológicas e de estilo de vida.
Com minha experiência em reprodução humana de alta complexidade, tenho orgulho de oferecer altas taxas de sucesso, mas sempre com um olhar acolhedor, entendendo a individualidade de cada casal.
Se você está se preparando para um tratamento de FIV, saiba que pequenas mudanças de hábito podem fazer uma grande diferença. Agende sua consulta e vamos juntos criar as melhores condições para que o seu sonho de formar uma família se torne realidade.
IMPORTANTE: Somente médicos devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. Agende uma consulta para maiores informações.
DRA. PAULA VIEIRA
Dra. Paula Vieira é uma ginecologista especialista em fertilidade que valoriza confiança e informação. Sua abordagem leve e acolhedora transforma consultas em ambientes agradáveis.
CRM 129376-SP - RQE 69318
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